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Tapetes e qualidade do ar são temas profundamente relacionados, especialmente quando falamos em ambientes internos saudáveis. Durante décadas, acreditou-se que tapetes e carpetes eram responsáveis por alergias, poeira e desconforto respiratório. Como consequência, muitos projetos arquitetônicos e corporativos passaram a evitar seu uso, principalmente no Brasil, onde o clima úmido e a ventilação insuficiente reforçavam essa percepção.
No entanto, estudos recentes, normas técnicas atualizadas e avanços em higienização mostram que o problema nunca foi o tapete em si, mas sim a forma como ele era instalado, mantido e limpo. Dessa forma, com conhecimento técnico adequado, tapetes e carpetes passaram de vilões a aliados estratégicos da qualidade do ar interior (QAI).
De acordo com o Carpet and Rug Institute (CRI), carpetes atuam como um filtro passivo, capaz de reter partículas finas como poeira e alérgenos. Ou seja, em vez de manter essas partículas suspensas no ar — como normalmente acontece em pisos rígidos — o carpete as segura, reduzindo a possibilidade de inalação.
Além disso, a ASHRAE, referência mundial em QAI, reforça esse entendimento em seu Indoor Air Quality Guide. Segundo a entidade: “Carpetes podem melhorar a qualidade do ar interior quando especificados e mantidos corretamente, integrados a sistemas de ventilação e higienização planejada.”
Portanto, quando bem mantido, o tapete não piora a qualidade do ar — ele pode melhorá-la.
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Apesar desses dados, o tapete se tornou vilão por uma série de motivos históricos.
1. Limpezas inadequadas no passado: durante muitos anos, utilizaram-se métodos úmidos e improvisados, que, consequentemente, favoreciam:
2. Falta de normas técnicas: sem protocolos claros, cada empresa realizava a higienização de um jeito, o que frequentemente gerava resultados ruins.
3. Estudos mal interpretados: muitos estudos que associaram tapetes a alergias não consideravam fatores essenciais, como ventilação, manutenção e operação do ambiente.
Por isso, o material foi condenado sem uma análise técnica completa.
Quando mantidos corretamente, os tapetes oferecem diversas vantagens:
Além disso, segundo o World Green Building Council, escritórios que priorizam QAI + conforto térmico + acústica apresentam: “até 58% menos faltas por doenças respiratórias”.
Consequentemente, isso impacta positivamente produtividade, saúde e bem-estar.
Para que os tapetes contribuam para a qualidade do ar, é essencial seguir boas práticas.
Boas práticas recomendadas:
Evite:
Assim, a manutenção é o ponto decisivo: ela define o impacto do tapete no ambiente.
Saiba mais sobre o filtro HEPA: O que é o filtro HEPA?
Para tapetes avulsos em residências ou escritórios, recomenda-se:
Em síntese, tapetes podem contribuir para o conforto e para a saúde, desde que escolhidos e mantidos corretamente. Portanto, ao invés de serem descartados por padrão, eles devem ser avaliados tecnicamente, integrados à ventilação e higienização adequada.
Cuidar da qualidade do ar é cuidar das pessoas — e isso inclui repensar como usamos e mantemos os materiais ao nosso redor.
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