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    Tapetes e qualidade do ar: o que você precisa saber

    Tapetes e qualidade do ar são temas profundamente relacionados, especialmente quando falamos em ambientes internos saudáveis. Durante décadas, acreditou-se que tapetes e carpetes eram responsáveis por alergias, poeira e desconforto respiratório. Como consequência, muitos projetos arquitetônicos e corporativos passaram a evitar seu uso, principalmente no Brasil, onde o clima úmido e a ventilação insuficiente reforçavam essa percepção.

    No entanto, estudos recentes, normas técnicas atualizadas e avanços em higienização mostram que o problema nunca foi o tapete em si, mas sim a forma como ele era instalado, mantido e limpo. Dessa forma, com conhecimento técnico adequado, tapetes e carpetes passaram de vilões a aliados estratégicos da qualidade do ar interior (QAI).

    Tapetes e qualidade do ar: o que a ciência mostra

    De acordo com o Carpet and Rug Institute (CRI), carpetes atuam como um filtro passivo, capaz de reter partículas finas como poeira e alérgenos. Ou seja, em vez de manter essas partículas suspensas no ar — como normalmente acontece em pisos rígidos — o carpete as segura, reduzindo a possibilidade de inalação.

    Além disso, a ASHRAE, referência mundial em QAI, reforça esse entendimento em seu Indoor Air Quality Guide. Segundo a entidade: “Carpetes podem melhorar a qualidade do ar interior quando especificados e mantidos corretamente, integrados a sistemas de ventilação e higienização planejada.”

    Portanto, quando bem mantido, o tapete não piora a qualidade do ar — ele pode melhorá-la.

    Leia também: Qualidade do ar interno: a saúde que você não vê, mas respira

    Por que os tapetes ganharam má fama? (E por que isso mudou)

    Apesar desses dados, o tapete se tornou vilão por uma série de motivos históricos.

    1. Limpezas inadequadas no passado: durante muitos anos, utilizaram-se métodos úmidos e improvisados, que, consequentemente, favoreciam:

    • Aumento de umidade;
    • Mau odor;
    • Proliferação de fungos e ácaros.

    2. Falta de normas técnicas: sem protocolos claros, cada empresa realizava a higienização de um jeito, o que frequentemente gerava resultados ruins.

    3. Estudos mal interpretados: muitos estudos que associaram tapetes a alergias não consideravam fatores essenciais, como ventilação, manutenção e operação do ambiente.

    Por isso, o material foi condenado sem uma análise técnica completa.

    Benefícios dos tapetes para a qualidade do ar e o conforto

    Quando mantidos corretamente, os tapetes oferecem diversas vantagens:

    • Conforto térmico, ajudando a equilibrar a temperatura.
    • Redução de ruídos, melhorando o desempenho acústico.
    • Segurança ao caminhar, reduzindo escorregamentos.
    • Filtragem passiva de partículas, contribuindo para um ar mais estável.
    • Sensação de acolhimento e estética.

    Além disso, segundo o World Green Building Council, escritórios que priorizam QAI + conforto térmico + acústica apresentam: “até 58% menos faltas por doenças respiratórias”.

    Consequentemente, isso impacta positivamente produtividade, saúde e bem-estar.

    Manutenção adequada: o que define se o tapete é solução ou problema

    Para que os tapetes contribuam para a qualidade do ar, é essencial seguir boas práticas.

    Boas práticas recomendadas:

    • Higienização a seco, com tecnologia certificada;
    • Uso de aspiradores com filtro HEPA;
    • Controle técnico de umidade;
    • Plano de manutenção contínuo (não eventual).

    Evite:

    • Métodos úmidos sem controle;
    • Lavagens convencionais improvisadas;
    • Bonnet (método obsoleto e proibido por guias técnicos).

    Assim, a manutenção é o ponto decisivo: ela define o impacto do tapete no ambiente.

    Saiba mais sobre o filtro HEPA: O que é o filtro HEPA?

    E quanto aos tapetes soltos e decorativos?

    Para tapetes avulsos em residências ou escritórios, recomenda-se:

    • Preferir tapetes certificados Green Label Plus (baixa emissão química).
    • Evitar modelos com tratamentos PFAS (substâncias tóxicas persistentes).
    • Manter ventilação regular do ambiente.
    • Utilizar aspiradores com HEPA para evitar re-suspensão de partículas.

    Conclusão

    Em síntese, tapetes podem contribuir para o conforto e para a saúde, desde que escolhidos e mantidos corretamente. Portanto, ao invés de serem descartados por padrão, eles devem ser avaliados tecnicamente, integrados à ventilação e higienização adequada.

    Cuidar da qualidade do ar é cuidar das pessoas — e isso inclui repensar como usamos e mantemos os materiais ao nosso redor.

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