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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a OMS, cerca de 3 bilhões de pessoas no mundo inteiro ainda usam o fogão a lenha como meio de preparo das suas refeições diárias. Essa prática é ainda comum em países subdesenvolvidos, principalmente em regiões carentes.
No Brasil, o uso dos fogões a lenha é mais comum em regiões rurais, devido ao difícil acesso ao gás de cozinha e até pelo seu custo. Além disso, a prática se perpetua pela facilidade de obter o combustível necessário para o seu funcionamento e por manter as casas aquecidas nos dias frios.
Contudo, o uso de fogão a lenha apresenta grandes riscos à integridade física das pessoas, seja pelo perigo de incêndio ou pelo risco de intoxicação decorrente da queima de combustíveis. A seguir, falaremos um pouco mais sobre esses perigos e cuidados que devem ser tomados ao utilizar o fogão a lenha. Continue lendo!
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O funcionamento de um fogão a lenha é baseado na queima de um combustível: a madeira. Independente do tipo, é o seu processo de combustão que vai gerar energia e calor para possibilitar o preparo das refeições. Normalmente é utilizado o carvão vegetal, resíduos orgânicos e até esterco como combustível.
O uso do fogão a lenha apresenta diversas vantagens, como a facilidade para obter combustível – e economia, já que não é preciso recorrer ao gás de cozinha -, aquecimento do ambiente e até a fama de atribuir um sabor melhor às comidas. Ao mesmo tempo, essa prática apresenta diversos riscos para as pessoas.
Segundo a OMS, mais de 3 bilhões de pessoas no mundo dependem do uso de fogão a lenha para o preparo das suas refeições diárias, em decorrência do alto custo do gás natural utilizado em fogões a gás. No Brasil, por exemplo, é essa inacessibilidade que obriga uma grande parcela carente da população a recorrer ao fogão a lenha no dia a dia.
Alguns dados do Boletim Energético Nacional de 2006 mostram que o uso da lenha é o principal consumidor total de energia residencial no país, representando cerca de 37,5% do total, ficando à frente da eletricidade e do gás liquefeito. Muitas vezes o fogão a lenha é utilizado até mesmo como um complemento ao gás de cozinha.
Apesar do uso de fogão a lenha comumente ser conhecido por suas vantagens, essa prática põe em risco a integridade física das pessoas por diversos fatores. O principal deles é a liberação de fumaça durante a queima do combustível. Alguns estudos sugerem que as pessoas apresentam cada vez mais doenças respiratórias – que podem causar até a morte – em decorrência da queima da lenha.
Alguns dados apontam que cerca de quatro milhões de pessoas morrem por intoxicação pela fumaça de fogões a lenha anualmente em países subdesenvolvidos, sendo essa a maior causa de morte nesses países e superando até mesmo doenças como a malária.
Isso ocorre porque a queima desses compostos orgânicos, como o carvão vegetal, libera substâncias tóxicas na fumaça, muito semelhantes às substâncias presentes nos cigarros.
A queima incompleta dos combustíveis também pode liberar essa fumaça tóxica, carregada com compostos como o óxido nitroso, monóxido de carbono, óxidos sulfúricos, hidrocarbonetos e formaldeído. De maneira geral, a alta emissão desses compostos é associada à ventilação inadequada dos ambientes.
Ou seja, quando não há uma forma de exaustão da fumaça produzida pela queima do combustível, essas substâncias tóxicas são inaladas pelos ocupantes do ambiente. Em países subdesenvolvidos, onde o uso de fogão a lenha é mais comum, as pessoas podem passar de 3 a 7 horas por dia respirando essas substâncias.
Como dito anteriormente, a principal causa para a inalação dessas substâncias em longos períodos de tempo é a falta de ventilação e meios de exaustão da fumaça. Dificilmente as casas têm chaminés acopladas ao fogão a lenha, que são utilizados diariamente e, consequentemente, mantêm o ar interior contaminado por muito mais tempo.
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O primeiro passo é garantir que o fogão a lenha seja instalado em um local seguro e com boa ventilação, longe de materiais que possam alimentar as chamas e propagar o fogo em caso de incêndio, como cortinas e móveis. Garantir a ventilação do ambiente e a exaustão da fumaça é uma maneira de evitar a intoxicação por fumaça.
Contudo, aqui estamos tratando de um caso que não é exclusivamente um problema individual, mas sim uma questão de saúde pública. Ou seja, além das ações individuais para garantir um uso mais seguro dos fogões a lenha, é preciso que órgãos públicos, como a Fundação das Nações Unidas, tomem providências.
Por exemplo, facilitar o acesso a cozinhas mais eficientes para os moradores de regiões carentes ou remotas pode diminuir consideravelmente as estatísticas de mortes por intoxicação ou incêndio. Garantir que as pessoas tenham acesso ao básico, como um fogão a gás ou elétrico, é dever dos governos e das entidades públicas para evitar tragédias.
Se este conteúdo sanou suas dúvidas referente ao uso do fogão a lenha, bem como os riscos que essa prática apresenta à saúde das pessoas, compartilhe-o com outras pessoas e acompanhe nossas redes sociais para ficar por dentro de mais conteúdos como este!
Comentários
Olá!
Eu uso o fogão de lenha no sítio , lareira na minha casa nos Estados Unidos e lareira externa!
O artigo me assustou , mais entendo que não tenho qualquer risco, já que meu fogão é lareira são feitos corretamente, e a lareira externa está ao ar livre, certo?
Olá, agradecemos seu comentário. Caso a instalação foi feita de forma correta é há meios de exaustão e ventilação corretos, é seguro utilizar.
Entendo tudo o que foi explicado sobre o fogão a lenha. Foi muito util pra mim. Porém gosto muito de cozinhar no fogão à lenha. Sempre aos finais de semana vou pra minha chácara e é regra acender o fogão a lenha e fazer comidas mineiras que é muito apreciada pela família , parentes e amigos. Acham que devo abortar esta tradição. Corro risco de vida ?
Agradecemos seu comentário. Conforme mencionado no artigo, desde que se garanta a ventilação do ambiente e a exaustão da fumaça de forma correta, o uso desse sistema não irá apresentar riscos diretos.
É preciso dar ao estado a verdadeira interpretação de seu papel junto à sociedade, o que necessariamente não demanda sua interferência econômica e financeira nas famílias.