Hidrofluorcarbonos e os riscos que estes compostos apresentam 

Os hidrofluorcarbonos são compostos utilizados na climatização de ambientes e alguns países, como Estados Unidos, estudam banir o seu uso. Saiba mais aqui! 

Os hidrofluorcarbonetos (HFCs) são compostos encontrados principalmente em sistemas e aparelhos de climatização e refrigeração de ambientes, como ar-condicionados. Nos últimos anos, governos de diversos países passaram a estudar os riscos que estes compostos apresentam ao meio-ambiente e à saúde humana. 

O que são os hidrofluorcarbonos? 

Os hidrofluorcarbonos são gases utilizados, principalmente, em sistemas e aparelhos de refrigeração e climatização de ambientes, como os ar-condicionados. Estes são gases de efeito estufa artificialmente fluorados. 

Surgindo como uma alternativa aos hidroclorofluorcarbonos, seu uso tornou-se popular devido à ausência de cloro na estrutura molecular, fazendo com que os HFCs não agridam a camada de ozônio.  

Contudo, os hidrofluorcarbonos possuem grande capacidade de absorção de radiação infravermelha, o que contribui para o aumento da temperatura da atmosfera terrestre. Apesar de representarem apenas uma pequena fatia dos gases que compõem o efeito estufa hoje, os HFCs ainda impactam o planeta significativamente. 

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Estados Unidos estuda proibir o uso de HFCs no país 

Em uma nova legislação aprovada em dezembro de 2022, o governo estadunidense aprovou, sob a Lei Americana de Inovação e Manufatura, a proibição de todos os compostos refrigerantes feitos à base de hidrofluorcarbonos com GWP (potencial de aquecimento global) acima de 700. 

Entre eles, estão o R-134a, o R-404A e o R-410A e a proposta foi feita pela EPA, agência de meio-ambiente do governo dos Estados Unidos. Os componentes devem ser banidos, a partir de janeiro de 2025, de todas as aplicações de refrigeração e climatização. 

Quais são os efeitos dos hidrofluorcarbonos? 

Como dito anteriormente, os hidrofluorcarbonos são gases de efeito estufa, que recebem flúor na sua composição de forma artificial. Estes começaram a ser utilizados para substituir os hidroclorofluorcarbonos, que apresentavam grandes riscos à camada de ozônio, em aplicações como sistemas de refrigeração e climatização. 

Porém, o hidrofluorcarbonos são altamente absorventes de radiação infravermelha pela falta de cloro na estrutura molecular, ou seja, eles absorvem a energia e o calor vindos de fora da atmosfera, intensificando o efeito estufa. Segundo alguns estudos, os HFCs devem representar cerca de 20% da poluição do ar até 2050 se o seu uso não for controlado. 

A questão da absorção de radiação infravermelha e da elevação da temperatura atmosférica se agravou, nas últimas décadas, pelo aumento no volume de HFCs nas na atmosfera terrestre após a substituição dos hidroclorofluorcarbonos. As principais agências de meio-ambiente do mundo todo buscam substitutos para estes gases o mais rápido possível. 

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Possíveis alternativas aos hidrofluorcarbonos 

Diante das discussões sobre os efeitos dos gases HFCs sobre o meio-ambiente, muitos cientistas ao redor do mundo já buscam alternativas para substituir estes compostos o quanto antes. 

Alguns países, entre eles Brasil e Estados Unidos, reuniram-se para assinar um acordo, conhecido como Emenda de Kigali, para banir o uso de gases com alto potencial de aquecimento global até o ano de 2045. Grande parte dos signatários do acordo concordaram em financiar o estudo para fazer a substituição. 

Na Europa, algumas empresas começaram a dar os primeiros passos, substituindo o uso de HFCs por gases com menor potencial de efeito estufa, como o ciclopentano e o isobutano. O Brasil tem previsão para congelar o uso e distribuição dos HFCs a partir de 2024, fazendo uma transição a longo prazo. 

No curto prazo, os HFCs continuarão sendo a solução mais prática e disponível no mercado. Do ponto de vista da sustentabilidade, as soluções combinadas de HFC e HFO serão as melhores alternativas, pois permitirão uma transição eficiente, segura e econômica. 

Segundo Joana Canozzi, líder de desenvolvimento de negócios e suporte técnico da área de fluorquímicos da Chemours – indústria química dos Estados Unidos -, muitas tecnologias alternativas com baixo potencial de aquecimento global ainda estão sendo consolidadas em países desenvolvidos e não existe uma solução única e unânime que atenda a todas as utilizações do setor. 

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