Desinfetantes à base de etanol e as mudanças na qualidade do ar interior

A pandemia levou ao uso crescente do álcool para evitar a contaminação pela SARS-CoV-2, mas você já parou para pensar que desinfetantes à base de etanol podem, a longo prazo, causar mudanças na qualidade do ar interior? É o que diz um recente estudo publicado no Journal of Hazardous Materials Letters, que detectou que desinfetantes a base de etanol e as mudanças na qualidade do ar interior pode representar um risco à saúde em edifícios devido à exposição por inalação ao etanol e outros compostos orgânicos voláteis (VOCs) incluídos nos desinfetantes.

Desinfecção à base de etanol em edifícios

A aplicação de sprays desinfetantes à base de etanol foi associada a um aumento significativo no número de partículas internas (PN) e nas concentrações de massa de partículas (PM) (Tabela S6).

A produção interna de nanopartículas na ordem de 10 4 -10 5 cm -3 pelos sprays desinfetantes à base de etanol resultou em um número de doses depositadas no trato respiratório de 10 8 -10 9 partículas para um adulto durante os períodos de spray e de contato (Tabela S8). Grande parte da dose total foi recebida nas regiões traqueobrônica e pulmonar. Esses sprays podem representar um risco à saúde humana, pois a inalação de partículas abaixo de 100 nm está associada a vários resultados toxicológicos adversos.

Exposição humana por inalação a VOCs durante eventos de desinfecção à base de etanol em edifícios

O uso de PTR-TOF-MS para medição de COV de alta resolução permite a avaliação em tempo real das emissões de COV inalado por humanos durante e após o uso de desinfetante de etanol. Durante os eventos de desinfecção A2 e B1, o etanol contribuiu com 80% e 83% da ingestão total de COVs inalados, respectivamente. Uma parte não desprezível (> 15%) da ingestão total de COV inalado é atribuída às categorias de COV restantes (Figura 3). Portanto, misturas de COV complexas podem ser inaladas durante o uso de desinfetantes de etanol. Durante a pandemia de COVID-19, a massa total de COV inalado (7-8 mg) representa um risco para a saúde das pessoas envolvidas na desinfecção de prédios de rotina.

Conclusão

Dado o aumento do uso de desinfetantes à base de etanol durante a pandemia de COVID-19, há uma necessidade urgente de compreender os riscos à saúde da exposição a concentrações elevadas de VOCs e partículas produzidas por tais produtos.

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FONTE:
www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666911021000307

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